Edição 23 ● Abril de 2019
CCJ do Paraná aprova extinção do Arquivo Público do Estado
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Paraná aprovou o projeto de lei apresentado pelo Poder Executivo que redesenha a estrutura organizacional do Estado. De acordo com o Governo Estadual, a proposta trará uma economia de R$ 10,6 milhões de reais por ano aos cofres públicos, pois reduz de 28 para 15 o número de secretarias e extingue quase 350 cargos comissionados.
Dentre os detalhes do projeto, um deles trata do Departamento Estadual de Arquivo Público, que atualmente é órgão autônomo, de regime especial. Pela nova proposta, as competências da instituição passariam diretamente à Secretaria de Estado da Administração e da Previdência. O Arquivo enquanto departamento seria extinto.
Depois da aprovação na CCJ, o projeto deve tramitar para o Plenário da Assembleia. Se aprovado, bastará a sanção do governador para que o ato entre em vigor.
Brasil
A revista Acervo abriu nova chamada de artigos. O dossiê da próxima edição será organizado por Rachel Soihet, Magali Engel e Natália Guerellus. O tema central é "As várias faces dos feminismos: memória, história e acervos". Artigos sobre esta e outras temáticas podem ser enviados até 30 de setembro de 2019.
Outro edital aberto é o da Revista do Arquivo Público do Espírito Santo, que aceita artigos inéditos, relacionados à Arquivologia e áreas afins, até 05 de junho
A Biblioteca Nacional está organizando o Seminário Atribuições dos Bibliotecários de Livros Raros e Coleções Especiais, voltado a profissionais de bibliotecas, arquivos e museus. A programação inclui o lançamento do Guia de Coleções da Divisão de Manuscritos da instituição. Acontece no próximo dia 13, no Rio.
O CPDOC da Fundação Getúlio Vargas (FGV) liberou para consulta o arquivo pessoal da poetisa Anna Amélia de Queiroz Carneiro de Mendonça (1896-1971), uma das principais líderes dos primórdios do feminismo no Brasil. Ao todo, são cerca de 5 mil documentos. A ativista foi a primeira mulher a presidir a União Nacional dos Estudantes (UNE).
O Tribunal de Justiça de São Paulo deve concluir até o final do ano o processo de externalização de quase 10 milhões de processos judiciais. Atualmente, os documentos são guardados em galpões do próprio TJSP, na capital paulista. Com a terceirização, os processos serão enviados a Jundiaí. De acordo com estudos do próprio TJSP, a mudança gerará uma economia de 47,8%. Apesar dos aparentes benefícios, três problemas rondam a decisão: a) o desrespeito à legislação arquivística; b) a experiência internacional comparada, que não recomenda a terceirização nestes casos e; c) o histórico da empresa que receberá os arquivos, vítima de um assalto, recentemente.
A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) eliminou cerca de 330 metros lineares de documentos na última segunda, 8. Os documentos passaram por todas as fases previstas na Lei de Arquivos.
Um grupo tentou invadir e furtar objetos do Arquivo Público de Campos, no Rio de Janeiro. Um agente da Guarda Municipal viu a ação suspeita dos ladrões e acionou o Grupamento de Operações Especiais da Política Militar. De acordo com o GOE, os suspeitos queriam roubar equipamentos eletrônicos e de refrigeração de ar do prédio.
Mundo
Começou ontem, no Chile, a XXI Reunião Intergovernamental do Programa Iberarquivos, promovida pela Associação Latino-americana de Arquivos (ALA). No encontro, que conta com participação do Brasil, será discutido o Plano Estratégico 2019-2021 para a região.
O governo francês finalmente decidiu abrir o acesso aos arquivos do genocídio ocorrido em 1994, em Ruanda. Um comitê de historiadores terá acesso irrestrito aos documentos e formulará um informe sobre o caso. O genocídio de Ruanda deixou cerca de 1 milhão de mortos. Até hoje o papel da França, que apoiou as forças genocidas no massacre, é debatido.
Várias cartas escritas pelo físico Albert Einsten irão a leilão nos Estados Unidos. Nos documentos, Einstein fala da esquizofrenia de seu filho e até da "loucura de Hitler".
Os documentos que haviam sido roubados do Archivo General de la Nación do Peru foram recuperados pela polícia. Os registros incluíam documentos do século XVIII e haviam desaparecido em 2015.
A esperada abertura dos arquivos da inteligência mexicana pode levar mais tempo que o imaginado: faltam recursos.
Prestes a completar 50 anos de existência, o Arquivo Nacional de Cingapura (NAS) está de casa reformada. Foram 18 meses de obras, mas o resultado valeu a pena. O NAS guarda mais de 200 mil gravações audiovisuais e 5 milhões de fotografias, entre outros documentos.
Em Serra Leoa, arquivistas correm para digitalizar arquivos da escravidão que estão se perdendo. Em 2020, parte do material começa a ser disponibilizado online.
Em vídeo: o Tribunal de Contas de Portugal criou um Arquivo Histórico que já pode ser visitado pelo público. Há documentos de mais de 150 anos no acervo.
Em áudio: segredos guardados nos arquivos da Colonia Dignidad, um dos aterrorizantes experimentos nazistas na América do Sul, estão sendo revelados ao público.
Para ler com calma
O Uruguai lança hoje a plataforma Luisa (Leyendo Unidos para Interpretar loS Archivos), uma aplicação coletiva destinada a transcrever textos que, por diversas razões, são difíceis de serem transcritos por computador. A proposta faz parte do Projeto de Sistematização, Cruzamento e Análise dos Arquivos Militares, desenvolvido pela Universidad de la Republica. Vale a leitura!
Na Argentina, a emocionante história de María del Carmen, que reencontrou documentos e objetos de seu filho, Elbio Eduardo Araujon Penón, morto na Guerra das Malvinas.