Ano III ● Edição 134 ● Junho de 2021
Mortes pela pandemia seguem em alta e chegam a meio milhão, mas não impedem reabertura de instituições arquivísticas
No último sábado, 19, o Brasil alcançou a estarrecedora marca de 500 mil mortes causadas pela pandemia de Covid-19. O país é o segundo maior reduto de óbitos causados pela doença, atrás apenas dos Estados Unidos. A média móvel girou em torno de 2 mil vidas perdidas por dia, nas últimas semanas.
Trata-se da maior catástrofe de saúde pública do último século. Desde março de 2020, quase 18 milhões de brasileiros foram infectados pelo novo coronavírus. O número corresponde a aproximadamente 10% de todas as contaminações registradas no planeta.
Entre o luto silencioso dos familiares de vítimas da Covid, uma vacinação lenta e acidentada e uma Comissão Parlamentar de Inquérito que tergiversa entre o óbvio e o ridículo, o país tenta assimilar o trauma e voltar ao normal. Mas que normal é esse, em que 2 mil dos nossos morrem todos os dias?
As instituições públicas, de cultura e arquivísticas, estão reabrindo, algumas sob a justificativa de que é preciso retomar a vida. Arquivos considerados referência, como o Arquivo Público do Estado de São Paulo e o próprio Arquivo Nacional, ainda não retomaram o atendimento ao público, mas em outros Estados e, principalmente, em cidades, já é possível encontrar instituições arquivísticas que oferecem atendimento presencial.
Tudo dentro dos protocolos, dizem governos e instituições. Mas, até aqui, observou-se pouco ou nada em relação a iniciativas específicas de proteção aos usuários de arquivos. O próprio Arquivo Nacional, à revelia do que fizeram arquivos como os da Colômbia e México, até agora não lançou um protocolo de atendimento voltado para o "novo normal".
Uma responsabilidade que deveria estar no topo das prioridades do momento, tanto por parte das instituições arquivísticas, quanto por parte das associações profissionais (que supostamente existem para, entre outras atribuições, proteger os trabalhadores de arquivos).
Nesta semana, no ECCOA – Arquivologia Fora da Caixa, Juliana Horta conversa com Marcelo Kosawa, professor da Universidade Federal do Amazonas, sobre gamificacação em arquivos. E tem, claro, o Giro em áudio. Imperdível!
Brasil
O Arquivo Nacional já permite protocolar documentos eletronicamente. Saiba como.
O Arquivo Público Estadual do Mato Grosso do Sul lançou um aplicativo chamado MS Origens. A ideia é apresentar aspectos da historia regional do Estado através da plataforma.
A Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários, Cientistas da Informação e Instituições (FEBAB) lançou uma nota em defesa do acervo bibliográfico da Fundação Palmares, em vias de ser expurgado.
Aliás, o dito acervo – considerado subversivo pela direção da Palmares – pode ir parar no rol de bens custodiados pela Biblioteca Nacional de Brasília.
O CONARQ designou os membros da Comissão de Avaliação de Acervos Privados, responsável pela avaliação de arquivos candidatos à declaração de interesse público e social. Confira a nominata.
Arquivistas do Pará lançaram uma interessante "Campanha de Sensibilização" sobre a importância dos profissionais da área. A iniciativa visa impulsionar a criação de cargos de arquivista e técnico de arquivo no Estado e está sendo levada a cabo pela AAEPA.
Agenda: vem aí o Prêmio Maria Odila 2021, com inscrições até 27 de agosto; na quinta, 24, o curso de Arquivologia da UFSC realiza sua Aula Inaugural; e hoje, às 16h, o Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul promove a live "Acervos LGBT em arquivos".
Mundo
Saiu uma nova edição do Anuario de la Escuela de Archivologia de Córdoba. Confira!
A ALA está lançando um novo curso. Introducción a la gestión documental de los datos: riesgos y recomendaciones para su preservación será ministrado Carlos Zapata, da Colômbia. Começa no dia 28.
O Portal de Archivos Españoles, PARES, lançou sua nova biblioteca digital. Vale a visita.
A Universidad Catolica do Peru promove no próximo dia 1º de julho, a oficina "Valoración documental: función esencial de los Sistemas Institucionales de Archivos", ministrada por José Antonio Ramírez Deleón. Inscrições gratuitas.
Para ler com calma
O mais novo número de INCID: Revista de Ciência da Informação e Documentação (via USP).
A fuga da memória editorial (em espanhol, via Letras Libres).
Opinião: Com arquivo da Stasi, Alemanha sacrifica parte da sua memória (via DW).
O livro Archivos e Derechos Humanos (em espanhol, via Archivo Nacional de Chile).
Para ver com calma
A live Gestão, Arquivamento e Preservação de Mensagens de Correio Eletrônico (via IBICT).
Firmando as raízes do Arquivo Lésbico Brasileiro (via Arquivo Lésbico Brasileiro).
O mais recente encontro do GEHAAL, Grupo de Estudos sobre História da Arquivística na América Latina (via GEHAAL).