Ano III ● Edição 138 ●Julho de 2021
Incêndio na Secretaria da Segurança Pública do RS destrói milhares de documentos arquivísticos
Um incêndio de grandes proporções, ocorrido na noite da última quarta (14), consumiu em poucas horas o prédio onde funcionava a Secretaria da Segurança Pública do Rio Grande do Sul. Dois bombeiros que trabalharam no combate às chamas estão desaparecidos. Boa parte do prédio desabou.
De acordo com informações preliminares, milhares de documentos arquivísticos foram consumidos pelo fogo. Várias instituições vinculadas à SSP funcionavam no edifício e, de acordo com o diretor-geral do Departamento de Trânsito (Detran-RS), "o incêndio atingiu um significativo volume de processos que ainda ocorriam na modalidade impressa". O Detran estima que 95 mil processos em papel tenham sido consumidos pelo incêndio.
O prédio da SSP-RS foi erguido no final dos anos 1960, na região central de Porto Alegre, originalmente para sediar a estrutura administrativa estadual da Rede Ferroviária Federal (RFFSA). Em 1992, o Governo do Estado obteve o direito de utilizar o edifício e transferiu a Secretaria da Segurança Pública para o local. O plano de prevenção e combate a incêndios (PPCI) chegou a ser feito, mas não foi implementado. O local não contava com dispositivos adequados para combate a esse tipo de sinistro e, por isso, o fogo – iniciado em um dos andares da estrutura – rapidamente se espalhou por todo o prédio. A SSP investiga as causas do incêndio, mas não crê que em motivações criminosas.
O Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul emitiu uma nota de solidariedade aos trabalhadores da SSP-RS e se colocou à disposição para auxiliar na recuperação e para "orientar as próximas ações que poderão ser necessárias à preservação da documentação pública e, em caso de perda total, registrar este momento de prejuízo à história e memória da Secretaria".
O ECCOA desta semana traz o quarto episódio da série Habitus Arquivístico, que aborda a relação, inflência e atuação dos arquivistas holandeses. Não perca!
Brasil
O jornal Página 3 doou seu acervo ao Arquivo Histórico de Balneário Camboriú, em Santa Catarina. Ao todo, o acervo é composto por mais de 30 mil fotografias e 24 volumes encadernados com as edições do jornal.
Por falar em Santa Catarina, a Associação dos Arquivistas do Estado (AAESC) lançou um programa de "mentoria arquivística.
E ainda sobre Santa Catarina, estão abertas as inscrições para o XV Encontro Catarinense de Arquivos. A submissão de trabalhos vai de 1º a 31 de agosto.
A Revista do Arquivo, editada pelo Arquivo Público do Estado de São Paulo, abriu nova chamada de artigos, desta vez com dossiê temático sobre os 30 anos da Lei de Arquivos. O prazo para envio dos originais se encerra no dia 17 de setembro.
Uma daquelas notícias desanimadoras: o Arquivo Público Mineiro já teve mais de 4 mil páginas históricas roubadas de seu acervo.
Amanhã, 21, acontece o II Encontro da Rede Sudeste de Repositórios Institucionais. Direto, via YouTube.
Mundo
Segue aberta até 30 de setembro a convocatória de projetos arquivísticos do Iberarquivos. Saiba mais, no link.
Por falar em convocatória, o Fund for the International Development of Archives, do Conselho Internacional de Arquivos (ICA) está recebendo projetos até 31 de agosto.
O Archivo Historico de la Provincia de Alicante, na Espanha, está organizando o workshop Innovation on New Digital Exponential Technologies in the Archives. A oficina ocorrerá entre os dias 2 e 3 de setembro.
E estão abertas as inscrições para o Prêmio BAD Maria José Moura, promovido pela Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas, Profissionais da Informação e Documentação.
Para ler com calma
Guardianas de la memoria: los archivos sobre los genocidios son indispensables para la memoria, la investigación y la educación (em espanhol, via UNESCO).
"Los archivistas muchas vezes actuán en aras de esa necesidad inmediata que tienen los usuarios y nos olvidamos de hacerlo acorde con nuestros principios, métodos y herramientas". Entrevista con Gustavo Bazán, academico del Archivo Historico de la UNAM (em espanhol, via ArchiVoz).
Os trabalhos de memória da pandemia (via O Globo).
Morte e vida no mesmo documento (via piauí).
Para ver com calma
Apagão de dados e de políticas públicas (via Artigo19)
A importância da preservação digital para os arquivos (via Grupo de Pesquisa GRUPIC).
E a live Proteção de Dados e Farmácias (via Data Privacy Brasil).