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Edição 19 ● Março de 2019

Vaticano abrirá arquivos do papado de Pio XII

O Papa Francisco anunciou que a Igreja Católica abrirá os arquivos sobre o papado de Pio XII em 2020. Os documentos, mantidos até hoje em sigilo absoluto, abarcam o período do holocausto judeu. A expectativa é de que historiadores e investigadores em geral possam entender melhor a até hoje controversa postura da Igreja em relação à "solução final" imaginada por Hitler. Segundo Francisco, "a Igreja não tem medo da história".

Brasil

De acordo com a newsletter Brasil Real Oficial, editada pelo jornalista Breno Costa, o ministro Sérgio Moro suspendeu os poderes que a diretora-geral do Arquivo Nacional tinha para instaurar sindicância e processo administrativo disciplinar em relação a servidores da instituição. A decisão foi publicada na Portaria nº 187/2019, que muda o Regulamento do AN. A partir de agora, a direção também não pode aplicar sanções de advertência e de suspensão de até 30 dias aos servidores. As atribuições deverão ser herdadas pela Corregedoria-Geral do Ministério da Justiça.

O Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul (APERS) está completando 113 anos. Em comemoração ao aniversário, de hoje até 29 de março é possível visitar a exposição Conjunto Arquitetônico no Tempo e a Utilização de seus Espaços. Além da exposição, haverá programação acadêmica e cultural.

Na UNIRIO, a Escola de Arquivologia e o PPGARQ promovem, entre os dias 19 e 21 de março, o I Seminário de Educação e Arquivos.

A revista Informação & Informação lançou seu mais recente número. Confira.

Mundo

Na Argentina, um escândalo arquivístico. O juiz Claudio Bonadio processou a senadora e ex-presidente Cristina Fernández de Kirchner pela suposta aquisição ilegal de documentos históricos. Os registros foram encontrados na casa de Kirchner, durante a apreensão de 94 caixas contendo objetos de valor. Dentre os documentos estão uma carta escrita pelo "libertador" José de San Martín, em 1835, e o prontuário do ex-presidente Hipólito Yrigoyen. Os documentos foram periciados, atestados como autênticos e recolhidos ao Archivo General de la Nación. Cristina Kirchner negou ter se apropriado indevidamente dos manuscritos.

O Programa de Novos Profissionais do Conselho Internacional de Arquivos está com inscrições abertas até 1º de abril. Podem participar estudantes, praticantes ou arquivistas diplomados que cumpram os demais requisitos exigidos pelo Conselho.

Estão abertas as inscrições para apresentação de trabalhos no I Encontro de Ciências da Informação do Mercosul, que ocorrerá no Chaco, Argentina, em junho deste ano. O evento conta com cinco eixos temáticos, sendo o primeiro dedicado à Arquivologia. Resumos podem ser enviados até o dia 15 de março de 2019. Trabalhos completos, até 03 de maio.

E o Archivo General de la Nación, da Colômbia, tem novo diretor. Enrique Serrano López, comunicador social e filósofo, assumiu o posto no último dia 5.

Na Costa Rica, Ministério do Planejamento estuda acabar com organismos independentes no setor público. A ideia é fundir as instituições com serviços oferecidos pelo próprio ministério. Dentre as entidades analisadas, está o Archivo Nacional.

Como prometeu no início de seu mandato, o presidente mexicano López Obrador liberou o acesso a todos os arquivos produzidos e acumulados pela espionagem no país ao longo do século XX. Os documentos não estão classificados e nem prontos para consulta, um trabalho que levará meses. Mesmo assim, na imprensa já surgem as primeiras revelações do acervo. Numa delas, o próprio Obrador é espionado pelo extinto Centro de Investigación y Seguridad Nacional (CISEN).

Mark Zuckerberg, responsável pelo gigante Facebook, publicou na semana passada uma longa postagem na qual explicita os novos rumos da plataforma. Acossada por denúncias de violação de privacidade, a companhia mudará o foco de suas redes, dos grandes grupos coletivos para redes menores e mais pessoais. Dentre as novidades, a notícia de que as publicações terão vida curta (como os "stories" do Instagram). É para que o passado não venha a tona e atormente usuários, como ocorre hoje. Fica a pergunta: que registros teremos desse passado no futuro?

Através de uma iniciativa israelense, um nanochip foi instalado no módulo da sonda Beresheet e irá aterrissar na lua com 30 milhões de arquivos sobre a história da Humanidade. A iniciativa, chamada de "Biblioteca Lunar" pretender ser uma opção de preservação, caso haja alguma hecatombe na terra.

Documentos inéditos do físico alemão Albert Einstein foram divulgados pela Universidade Hebraica de Jerusalém. Os manuscritos foram doados por um colecionador particular da Carolina do Norte, Estados Unidos. Nos registros, trechos de artigos e cartas do cientista alemão.

Para ler com calma

Na Brasiliana Fotográfica, Beatriz Kushnir escreve sobre a cidade do Rio de Janeiro, um grande arquivo a céu aberto cheio de histórias.

Já no El País, a trajetória de Rick Prelinger, dono de um arquivo de 70 mil filmes em película.