Ano IV ● Edição 150 ● Outubro de 2021
Prezados leitores e caríssimas leitoras,
No dia 16 de outubro de 2018 – há três anos, portanto – editamos a primeira edição do Giro da Arquivo. Muito simples e estruturada como uma postagem de Facebook – plataforma ainda muito pulsante naquele ano –, o Giro nasceu da necessidade de reunir e unir. Reunir, de forma sistemática e organizada, notícias sobre a Arquivologia. E também unir estudiosos, pesquisadores, docentes e profissionais da área, às vezes tão dispersos por aí.
Inspiravam-nos, como ainda hoje, algumas das grandes publicações do passado – o Mensário do Arquivo Nacional e as primeiras edições da revista Arquivo & Administração, entre outras. E também a sempre gentil recepção de quem nos acompanhou, audiência seleta, mas atenta – e muito participativa.
Do Facebook, nos transformamos em newsletter, palavra gringa e moderna que hoje usamos para denominar o que nossos antepassados chamavam (charmosamente) de boletim. De newsletter, viramos projeto de extensão da Universidade Federal de Santa Maria. E de projeto, nos convertemos também em um bloco de podcast. Somos, hoje, o único boletim regular de notícias de Arquivologia em língua portuguesa. E um dos poucos na América Latina – uma exclusividade neste formato.
Nosso aniversário de três anos coincidiu também com nossa 150ª edição. E com a estreia – mais do que especial – de três novos membros na equipe que toca esse projeto. Agora, além da Letícia Gaiardo e do Marcos Machado Paulo, os queridíssimos que gravam o Giro em áudio, ganhamos também o reforço de José Feitosa (na curadoria), Nicolie Puntel (também no Giro em áudio) e Maria Eduarda Dornelles (mídias sociais). Um timaço!
Como os arquivistas não param, decidimos manter o pique nesta edição especial. O que é notícia no Brasil e no mundo da Arquivologia passa por aqui. E está nesta edição. Reservamos algum conteúdo especial – aí sim, sobre nossos três anos – para as redes sociais. Sigam, portanto, o Giro no Facebook, no Instagram e no Twitter, que tem novidade por lá!
E a você que nos acompanha, nos recomenda, segue, compartilha e assina, o nosso muitíssimo obrigado de sempre. Não temos palavras para agradecê-los por tanto.
Prof. Francisco Cougo
coordenador
Lançada oficialmente no último dia 27 de setembro, na Semana Universitária da UnB, a Base de Dados em Arquivística já está no ar. Inspirada nas ferramentas disponibilizadas pelo Centro de Información Documental de Archivos (CIDA), da Espanha, a BDA é desdobramento de um projeto de iniciação científica vinculado ao Conselho Nacional de Pesquisa e à Universidade de Brasília. Sob a coordenação da professara Katia Isabelli Melo de Souza, o projeto teve início em agosto de 2019 e chegou a reunir uma equipe com dez discentes – todos de graduação.
Em entrevista ao Giro, a equipe explicou o que é a Base: "a BDA consolida a produção técnico-científica arquivística, em âmbito nacional, distribuída em três grandes categorias: periódicos, eventos científicos e monografias". De acordo com Suzann Souza, participante do projeto, "este repositório possibilita o reconhecimento da área, contribuindo sobremaneira para a difusão do conhecimento técnico e científico em arquivística, não apenas para um público especializado, mas para toda a sociedade".
Construída sobre a plataforma Tainacan, a Base de Dados em Arquivística permite que o usuário busque por trabalhos e autores de sua preferência. Além disso, a Base também congrega coleções que incluem periódicos da área (alguns de raro acesso) e anais de eventos. De acordo com a equipe do projeto, a reunião deste material foi um dos maiores desafios da empreitada.
Inédita e original, a BDA tem tudo para se transformar na maior referência para pesquisa em Arquivologia no Brasil. Até hoje, pesquisadores da área só contavam com bases restritas (como repositórios dos cursos de Arquivologia das universidades), ou amplas (caso da BRAPCI, que congrega trabalhos em Ciência da Informação). Com a base recém-criada, a expectativa é de que estudiosos dos mais diferentes níveis possam encontrar – de forma ágil e objetiva – as fontes que mais interessam para suas pesquisas.
Brasil
A Associação dos Arquivistas do Estado da Bahia (AABA) publicou uma Nota de Repúdio dirigida à Secretaria de Mobilidade de Salvador. A AABA denuncia que o capital baiana promoveu a incineração indevida de processos físicos de apuração de fraudes no Sistema de Transporte Público. A incineração sem avaliação desrespeita duplamente a Lei de Arquivos e a legislação da cidade.
A Associação de Arquivistas de São Paulo (ARQ-SP) está divulgando seu mais novo curso – Ferramentas de gestão e sua usabilidade para profissionais de Arquivo. A formação, em formato de oficina, vai acontecer entre os dias 8 e 10 de novembro.
A marca e o imenso arquivo de fitas com novelas e programas da extinta Rede Manchete foram arrematadas em leilão, no último dia 14. O arquivo de fitas de novelas, estimado inicialmente em R$ 3 milhões, foi vendido por R$ 240 mil. Ainda não se sabe o destino do acervo.
A Casa de Oswaldo Cruz vai transferir o maior acervo brasileiro de história da saúde pública e da ciência para um edifício novo, projetado especificamente para a preservação dos acervos da FIOCRUZ. A mudança já começou.
Quarta-feira, dia 20, é Dia do Arquivista. E a agenda da área, claro, está mais do que recheada. Às 15h, o Arquivo Nacional comemora a data com o lançamento dos e-books vencedores do Prêmio Maria Odila (edição 2018). Já o projeto Difundindo Arquivos, da UFPA, organiza a partir das 16h30 a mesa "Arquivos e Sociedade: uma experiência de extensão da Faculdade de Arquivologia – UFPA". E o FNArq apresenta uma programação cheia de opções, que começou ontem e que vai até o fim de semana. Confira!
Mundo
A Escuela Mexicana de Archivos inicia, no próximo dia 21, um diplomado intitulado "La valoración documental". Serão 90 horas aulas sob a batuta dos professores Ramón Aguilera e Ramón Fugueras.
No Chile, o Centro de Documentación Patrimonial promove hoje, a partir das 18h, o ciclo Archivo y Patrimonio en tiempos Digitales, com a participação de María José Vanni e de Eliseo Gabriel Queijo.
O Banco de España, mistura de casa da moeda com banco central espanhol, liberou mais de 70 mil páginas de documentos para consulta on-line. Os documentos mais antigos do acervo remontam a 1920.
No Uruguai, o Instituto Nacional de Derechos Humanos luta pelo estabelecimento de uma política de Estado que permita acesso aos arquivos militares da última ditadura no país.
Para ler com calma
Com 4 milhões de arquivos, CPI produz acervo sobre história da pandemia (via Radio Senado).
A Arquivística ao longo da história (em espanhol, via Comunidad Baratz).
Arquivos são garantir de autenticidade, memória e patrimônio (em espanhol, via Caracol Radio).
Para ver com calma
Arquivo Público de Alagoas 60 anos – Filme documentário (via O Comendador de Alagoas).
A memória do arquivo e a educação (via Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro).
Arquivo Público de Sergipe comemora noventa e oito anos de história (via TV Alese).