Ano III ● Edição 123 ● Abril de 2021
Desde que os primeiros casos de Covid-19 foram registrados no Brasil, em março de 2020, o calendário dos eventos de Arquivologia até então programados não parou de mudar. Se é bem verdade que várias iniciativas inéditas – como o Simpósio Internacional de Arquivos – aproveitaram o momento para se adequar à modalidade remota, também é fato que alguns dos mais tradicionais eventos da área simplesmente deixaram de ocorrer.
Mais de um ano depois, o panorama de encontros, seminários e congressos segue mais ou menos indefinido. O IX Congresso Nacional de Arquivologia, postergado antes mesmo da pandemia, teve sua sede transferida de Londrina para o Rio de Janeiro, mas até hoje a data do evento não foi divulgada. O CNA é o principal congresso da Arquivologia brasileira, deveria ter acontecido em 2020, mas segue indefinido. Ou ao menos suas definições não foram publicitadas até agora.
Quem já definiu o que vai fazer com seu evento é o Feparq. Responsável pela Reunião Brasileira de Ensino e Pesquisa em Arquivologia, o Fórum resolveu esperar pelo fim da pandemia. De acordo com o grupo, a VII REPARQ deve ocorrer no Rio, entre 25 e 27 de abril de 2022. Se houver condições, claro. Quem também já planeja seu evento presencial – talvez com certa dose de otimismo – é a Rede ARQUIFES, que espera realizar seu VII Encontro em Recife, nos dias 9 a 12 de novembro, ainda neste ano. Situação parecida com a do XXIV ENEARQ, programado – mas provavelmente prestes a ser prorrogado – para os dias 26 a 30 de julho de 2021.
Com o avanço da modalidade remota e com o cenário de excepcionalidades, a questão que fica é se não seria o caso de que pelo menos alguns destes eventos pudessem ocorrer através de recursos online – uma boa forma de manter as programações, garantir os espaços de diálogo da área e avançar no uso de tecnologias. É sabido que os eventos online não proporcionam as mesmas experiências dos encontros presenciais, mas não estaria na hora de nos adequarmos ao momento?
Ou será melhor atravessarmos um lapso de dois (ou até mais) anos sem os principais eventos da Arquivologia brasileira?
Nesta semana, o ECCOA – Arquivologia fora da caixa recebe Fernanda Frasson Martendal num bate papo sobre estudos de usuário e difusão arquivística. Não perca!
Brasil
Uma emenda parlamentar vai garantir 300 mil reais para a digitalização de documentos arquivísticos considerados importantes para a história de Campos, no Rio de Janeiro. A notícia foi recebida com entusiasmo pela diretora do Arquivo da cidade, Rafaela Machado.
A Associação dos Arquivistas do Estado do Rio de Janeiro está organizando uma campanha para alcançar o valor de R$ 1.000,00. Com o dinheiro, a AAERJ quer pagar a anuidade da ALA, tornando-se sócia da instituição.
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) publicou uma resolução destinada a estabelecer os parâmetros de sua política de preservação de acervos digitais.
Foi sancionada no último dia 30 a Lei nº 14.129, que dispõe sobre regras do governo digital para diminuir a burocracia dos serviços públicos. A lei, apelidada de GoverTech, está sendo criticada por especialistas.
Agenda: O Arquivo Central da UFJF promove até o próximo dia 9 o II Seminário Interno do Laboratório de Pesquisa em História e Arquivologia. Já a Fundação Pedro Calmon, da Bahia, organiza no dia 10, às 16h, o lançamento do acervo digital do Teatro Vila Velha.
Mundo
Mais um vazamento atingiu usuários do Facebook na semana passada. Desta vez, dados de 500 milhões de usuários foram vazados.
Saiu um novo número do boletim Alerta Archivística, publicado pela PUC do Peru.
O Archivo Nacional de la Memória, da Argentina, apresentou o catálogo online de seus fundos e coleções.
E na agenda internacional: hoje, a ALA promove um conversatório sobre seus 48 anos; nos dias 15 e 16, a Universidade Católica de Portugal lança a Rede de Arquivos de Instituições Religiosas; e, no dia 21, a Associación Uruguaya de Archivólogos promove um bate papo sobre direitos autorais nos arquivos.
Para ler com calma
O novo número da revista Informação & Informação (via UEL).
Como a tecnologia ajudou a ler cartas lacradas há mais de 300 anos (via Tilt).
Novo app do Google digitaliza documentos e organiza tudo automaticamente (via CanalTech).
Para ver com calma
A íntegra do evento Arquivistas Online, edição 2021.
Um vídeo interessantíssimo do National Archives, dos Estados Unidos, sobre terminologia arquivística.
E a live "O que arquivar? Demandas e princípios da memória digital" (via FILE Festival).